De acordo com o coordenador de conteúdo da Abrasel, José Eduardo Camargo, 35% dos empresários pretendiam contratar funcionários até o fim deste ano, mas se queixaram da falta de capacitação dos profissionais disponíveis. A maioria dos candidatos estava buscando o primeiro emprego, de menor qualificação, o que tem suprido as vagas para auxiliar de cozinha e auxiliar de atendimento.
Por outro lado, a principal dificuldade é a contratação de pessoal especializado e treinado, como chefes de cozinha, sushiman e gerentes. A pandemia da covid-19 levou muitos profissionais a deixarem o setor e começarem a empreender. O número de empresas do setor de bares e restaurantes também atingiu o nível mais alto da história, com 1,560 milhão de empresas no país, contra 1,2 milhão em 2019. Muitas dessas novas empresas são de profissionais que trabalhavam no segmento e saíram para empreender durante a pandemia.
O aumento no número de empresas refletiu também no salário médio do setor, que aumentou 9,9% nos últimos 12 meses, enquanto a média salarial do Brasil atingiu pouco mais de 3%. A dificuldade em contratar profissionais mais qualificados possui como solução a qualificação dos já existentes e dos que entram agora no mercado.
A pesquisa ainda revelou que, em uma escala de zero a cinco, a dificuldade para contratar um gerente é de 4,40 e para a vaga de garçom é de 3,66. O presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio), Fernando Blower, confirmou que a dificuldade de contratação de profissionais qualificados já vinha ocorrendo no setor e que se agravou na pandemia.
Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Bares, Restaurantes, Bares e Similares de Salvador e Região Metropolitana (SindBares-BA), Brasilina Neta, os empregos no setor precisam ser formais, com carteira assinada. A Abrasel criou núcleos em favelas brasileiras para fortalecer o empreendedorismo nessas comunidades e contribuir para aumentar o emprego na área. A meta da associação é fortalecer o empreendedorismo como um meio de melhorar o país, fortalecer a classe média e aumentar o poder de consumo da população.