O ingresso da Argentina no Brics havia sido acordado durante a cúpula do bloco em agosto, na África do Sul, quando o presidente vizinho era Alberto Fernández. No entanto, com a recusa de Milei, a Argentina não se juntará ao Brics a partir de 2024, como era previsto.
A decisão de Milei de não ingressar no grupo foi justificada pela atual visão política do governo argentino, que, segundo ele, difere da administração anterior. Mesmo diante da recusa, o presidente reiterou o compromisso do governo com o aumento das relações comerciais e do investimento com o Brasil, maior parceiro comercial dos argentinos.
A recusa de Milei não foi uma surpresa, já que a então futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, havia informado no Twitter que a Argentina não se juntaria ao Brics.
Fundado em 2006, o Brics conta com uma população de aproximadamente 3,2 bilhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) conjunto avaliado em US$ 24,7 trilhões. Os países membros do Brics têm PIBs individuais significativos, sendo a China a segunda maior economia mundial, seguida pela Índia, Rússia, Brasil e África do Sul.
A recusa da Argentina de participar do Brics reflete a mudança na visão política e nos interesses da nação sul-americana no âmbito internacional. Com a carta enviada por Milei aos líderes do Brics, a Argentina buscará intensificar os laços bilaterais com o Brasil e outros parceiros comerciais, mantendo seu compromisso com o aumento dos fluxos de comércio e investimento.
Em resumo, a decisão do Governo da Argentina de recusar a participação no Brics reflete uma mudança estratégica nas relações internacionais do país, priorizando uma abordagem mais bilateral e priorizando parceiros comerciais-chave, como o Brasil, em vez de participar de grupos multilaterais como o Brics. A decisão, no entanto, não surpreendeu observadores, dada a nova orientação política do governo argentino.