Para o Dieese, a tendência para o conjunto dos itens da cesta básica foi de redução, o que, aliado à revalorização do salário mínimo e a ampliação da política de transferência de renda, trouxe alívio para as famílias brasileiras. A entidade aponta que a questão climática, os conflitos externos, o câmbio desvalorizado que estimula a exportação, e o forte impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities acarretaram preocupação em 2023 e podem ser importantes desafios para 2024.
No mês de dezembro de 2023, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com as maiores altas registradas em Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). Já as diminuições ocorreram em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).
O maior custo da cesta foi registrado em Porto Alegre (R$ 766,53), seguido por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). Em contrapartida, Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30) registraram os menores valores médios.
Com base na cesta mais cara, que em dezembro foi a de Porto Alegre, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.439,62 ou 4,88 vezes o valor atual do salário mínimo, de R$ 1.320,00. O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica em dezembro de 2023 foi de 109 horas e três minutos, considerando o trabalhador remunerado pelo salário mínimo. Em novembro, a jornada necessária era de 107 horas e 29 minutos. Em dezembro de 2022, a média era de 122 horas e 32 minutos.
Dessa forma, é possível perceber que, apesar das oscilações, o valor da cesta básica continua sendo um fator relevante para as famílias brasileiras, influenciando diretamente o orçamento e o poder de compra dos trabalhadores remunerados pelo salário mínimo.