De acordo com a entidade, o desempenho da indústria poderia ter sido ainda melhor se as exportações não tivessem tido uma queda de 16%, enquanto as importações aumentaram em 29%. A produção de caminhões e ônibus registrou uma queda significativa de 37,5%, devido aos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, que foram adotadas para atender aos requisitos da etapa P8 do Proconve, em vigor desde janeiro de 2023.
Por outro lado, as vendas de veículos novos tiveram um crescimento de 11,2% no mesmo período, totalizando 2,18 milhões de unidades emplacadas em comparação com as 2,10 milhões do ano anterior. Considerando também caminhões e ônibus, os emplacamentos de autoveículos chegaram a 2.309 mil unidades, representando um aumento de 9,7% em relação a 2022.
A Anfavea destacou que a média diária de emplacamentos teve um crescimento constante ao longo de 2023, encerrando o ano com um resultado de 12,4 mil unidades por dia em dezembro, o melhor resultado dos últimos quatro anos. O desempenho positivo foi impulsionado principalmente pelas compras das locadoras, que adquiriram 75 mil unidades, representando um aumento de 30 mil em relação à média do ano anterior.
No que diz respeito às exportações, houve uma queda de 16% em 2023, com 403,9 mil unidades comercializadas no mercado externo, em comparação com as 480,9 mil do ano anterior. A redução nas vendas para países como Argentina, Chile e Colômbia contribuiu para esse resultado.
Para o ano de 2024, a Anfavea estima um crescimento de 6,1% nas vendas, atingindo 2,45 milhões de unidades, 6,2% na produção, totalizando 2,47 milhões de veículos fabricados, e um aumento de 0,7% nas exportações, com a projeção de 407 mil unidades vendidas para o exterior. O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, acredita que o setor automotivo brasileiro tem motivos para acreditar em um ano positivo, devido à expectativa de crescimento do mercado interno, da produção e à implementação do Programa Mover, instituído pela Medida Provisória nº 1.205. Segundo ele, o programa representa uma política industrial moderna e inteligente, que oferece previsibilidade para a cadeia automotiva do país, favorece as novas tecnologias de descarbonização e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de incentivar a neoindustrialização.
