Após a defesa oral de Israel, a presidente da Corte, Joan Donoghue, afirmou que o tribunal emitirá uma ordem “o mais rapidamente possível”. O consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tal Becker, opinou que a tentativa de transformar o termo genocídio contra Israel em uma arma é uma afronta à Convenção de 1948, que caracteriza genocídio como atos “cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
Becker enfatizou que a denúncia sul-africana é uma “difamação destinada a negar a Israel o direito de defender-se, de acordo com a lei, do ataque terrorista sem precedentes que continua a enfrentar e libertar os 136 reféns que o Hamas ainda mantém”.
Ele também argumentou que a suspensão das operações militares em Gaza colocaria Israel em risco e alegou que Israel não pretende destruir o povo palestino, mas proteger seu próprio povo. Becker ainda acusou a África do Sul de ter relações estreitas com o Hamas, apesar do reconhecimento formal do grupo como uma organização terrorista por diversos países.
O representante de Israel defendeu que o Hamas usa estruturas civis e humanitárias para atacar Israel e que as Forças de Defesa de Israel (FDI) empregaram uma série de medidas para cumprir com o direito humanitário internacional.
A África do Sul ingressou com a ação na CIJ em dezembro, acusando Israel de praticar genocídio em Gaza devido às ações militares do país no enclave palestino. Nesta semana, o Brasil manifestou apoio à denúncia. Os representantes do país africano fizeram a sustentação oral da denúncia na Corte, alegando que o povo palestino segue sendo deslocado de suas terras à força, em um processo de colonização que teve início com a criação do Estado de Israel, em 1948. Eles também destacaram a impunidade de décadas por violações dos direitos humanos, encorajando Israel na recorrência e intensificação de crimes internacionais na Palestina.