Lula sanciona leis que recriam cota de tela para filmes brasileiros no cinema e prazo de exibição de obras nacionais na TV por assinatura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira (15) duas leis que impactam diretamente o setor de audiovisual do país, trazendo mudanças significativas para o cinema e a televisão brasileira. Uma delas recria a cota de tela para a exibição de filmes brasileiros no cinema, estendendo o prazo até 2033, conforme o projeto de lei (PL) 5.497/19, aprovado em dezembro do ano passado pelo Senado e passando pela Câmara dos Deputados.

A cota de tela, que havia terminado em 2021, teve sua vigência estendida por mais 12 anos. Caberá à Agência Nacional do Cinema (Ancine) definir anualmente a quantidade mínima de sessões e obras a serem exibidas, levando em conta diversidade, cultura nacional e universalização de acesso. O descumprimento da medida pode acarretar em advertência e pagamento de multas às exibidoras.

A cota de tela tem origem em iniciativas adotadas nos anos 1930 e visa a proteção e incentivo ao cinema nacional, seguindo exemplos de outros países que adotam iniciativas semelhantes. A recriação da cota de tela representa um marco para o setor cinematográfico brasileiro e busca fortalecer a presença e relevância do cinema nacional no país.

Além disso, a outra lei sancionada por Lula restabelece o prazo de exibição obrigatória de obras audiovisuais nacionais na programação dos pacotes de TV por assinatura, renovando a validade até 2038. Os canais estrangeiros são obrigados a exibir, no mínimo, 3 horas e 30 minutos por semana de produções brasileiras em seu horário nobre, sendo que pelo menos 1 hora e 15 minutos deve ser de conteúdo produzido por produtora independente.

Para os canais brasileiros, a nova lei determina a exibição diária de 12 horas de conteúdo nacional, sendo que três horas devem obrigatoriamente ser veiculadas no horário nobre. Essa medida visa a ampliar a visibilidade e o acesso do público a produções brasileiras na televisão, promovendo e valorizando a diversidade e qualidade do audiovisual nacional.

O governo também sinalizou que a próxima ação será a aprovação de uma cota de produção nacional nas plataformas de streaming, reconhecendo a importância crescente dessas plataformas no mercado de audiovisual do país. Além disso, está em pauta a cobrança da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre essas plataformas, visando garantir uma regulação que atenda a indústria brasileira.

Ao anunciar a sanção das leis à imprensa, a secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, reforçou a importância dessas medidas para o setor audiovisual brasileiro, destacando que a regulação das plataformas de streaming é uma das pautas prioritárias do audiovisual brasileiro e do Ministério da Cultura para o ano. Essas mudanças representam um avanço significativo para a indústria cinematográfica e televisiva do país, incentivando e fortalecendo a produção e exibição de conteúdo nacional.

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