O mandado foi solicitado pela PF e autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após receber anuência da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além dos endereços ligados ao deputado, outros nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, direcionados a pessoas envolvidas no planejamento e execução dos atos antidemocráticos, de acordo com as informações divulgadas pela PF.
Dentre os alvos da operação, está o suplente de vereador da assembleia de Campos dos Goytacazes (RJ), Carlos Victor de Carvalho, apontado como liderança de extrema-direita e responsável por administrar grupos de extremistas nas redes sociais. As investigações indicam que Carvalho buscava orientações com o deputado Jordy sobre o bloqueio de estradas em novembro de 2022, imediatamente após a derrota de Jair Bolsonaro na eleição presidencial.
A Polícia Federal esteve na residência e no gabinete de Jordy na Câmara dos Deputados, tendo apreendido documentos e objetos, sob autorização do ministro Alexandre de Moraes, que também permitiu o acesso a aparelhos eletrônicos do parlamentar, bem como a apreensão de armas e munições nos endereços de Jordy.
Por sua vez, a Procuradoria-Geral da República destacou que existe forte indício de que Carlos Victor de Carvalho mantém vínculos políticos com Carlos Jordy, alegando que o parlamentar teria poder de ordenar movimentações antidemocráticas na região de Campos dos Goytacazes.
Ao chegar à sede da PF em Brasília, o deputado Carlos Jordy negou qualquer participação nos acontecimentos de 8 de janeiro, afirmando que não há mensagens que o incriminem. Alegando que o mandado de busca era autoritário e sem fundamento, Jordy declarou que se trata de uma medida para perseguir, intimidar e criar uma narrativa às vésperas das eleições municipais. Além disso, mencionou que, em momento algum, incitou ou apoiou os atos realizados.
Portanto, as investigações em curso apontam para uma conexão entre Carlos Jordy e as ações antidemocráticas que resultaram na tentativa de golpe de Estado em janeiro, levando a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República a solicitar medidas de busca e apreensão contra o deputado e outros envolvidos.