O professor Alex Santana França, da Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, destacou a importância de pensar em diferentes dimensões ao lidar com a questão religiosa. Ele ressaltou que a orientação dada pela maioria das escolas, utilizando o ponto de vista legal e o bom senso, é correta. No entanto, o problema maior muitas vezes tem origem na orientação familiar do aluno, que nem sempre compartilha das ideias apresentadas pela legislação e pela escola.
França também mencionou a importância de conhecer e aplicar as determinações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A BNCC oferece orientações sobre como deve ser o ensino religioso em cada série, desde a educação infantil até o nível médio, considerando que o Brasil é um estado laico que respeita e trata de forma igual todos os tipos de religiões, ou mesmo quem não professa nenhuma crença.
O professor delimitou cinco dimensões que devem ser observadas na abordagem da diversidade religiosa dentro da sala de aula. Ele ressaltou a importância de compreender a formação histórica do Brasil e o multiculturalismo, assim como a influência social, cultural, da cidadania e ética no tratamento da questão religiosa.
Além disso, um levantamento realizado no fim do ano passado pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante) mostrou que muitos jovens têm pouco espaço para debater o tema da religião e não se sentem confortáveis dentro das próprias instituições religiosas. A pesquisa mostrou que 34% dos jovens entrevistados já deixaram de frequentar espaços religiosos por não se sentirem confortáveis.
Neste Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, é importante refletir e debater sobre como promover o respeito e a compreensão em relação à diversidade religiosa, especialmente nas escolas, que desempenham um papel fundamental na formação e conscientização dos jovens.