PMRJ amplia sistema de reconhecimento facial com adesão de concessionárias de transporte público e investimento de R$18 milhões.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) está intensificando o uso de câmeras para alimentar o seu sistema de reconhecimento facial. Na tarde desta segunda-feira (22), no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, foi formalizada a adesão das concessionárias do transporte público à iniciativa. O Metrô Rio, a Supervia (operadora do transporte ferroviário), a CCR Barcas e a CCR Via Lagos (responsável pela Rodovia dos Lagos, ligação do Rio de Janeiro com a Costa do Sol) concordaram em disponibilizar o acesso às câmeras presentes nas estações e vias.

Para garantir a eficiência do sistema, a PMRJ vai utilizar a rede de fibra ótica da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado (Agetransp). Todas as imagens capturadas pelas câmeras serão centralizadas no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

O sistema de videomonitoramento da PM teve início durante as comemorações de ano novo de 2023, com pouco mais de 100 câmeras. No entanto, a parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro, que permitiu o acesso a 21 câmeras do Centro de Operações do Rio (COR) na Lapa, expandiu o sistema na semana passada. Com a adesão das concessionárias de transporte, mais de mil câmeras passam a fazer parte do sistema, com um investimento do governo estadual de R$ 18 milhões em equipamentos e softwares.

O sistema de reconhecimento facial será alimentado pelo banco de dados da Polícia Civil. De acordo com o governador do estado, Cláudio Castro, a utilização da tecnologia tem como objetivo aprimorar as ações de combate à criminalidade, sendo minimizada a probabilidade de erros e prisões indevidas.

Entretanto, no réveillon passado, a tecnologia levou a prisões equivocadas na capital fluminense, sendo que posteriormente foi constatado que não havia mandado de prisão em aberto contra essas pessoas no banco de dados da Justiça, e elas foram liberadas. A Secretaria de Segurança Pública atribuiu os erros à “inconsistência do sistema” e a uma “questão de atualização dos bancos de dados”. A secretaria afirmou que está trabalhando para unificar os bancos de dados da polícia, da justiça e do governo federal para tornar as abordagens mais assertivas.

O uso da tecnologia de reconhecimento facial para fins de segurança pública levanta questões sobre a proteção da privacidade e o potencial para erros e abusos. As autoridades têm o desafio de equilibrar a eficiência na identificação de criminosos com um sistema justo e ético que evite quaisquer consequências prejudiciais para pessoas inocentes. A sociedade também deve estar atenta e ser consultada sobre a implementação de medidas como essa, para que haja transparência e responsabilidade no uso da tecnologia para garantir a segurança pública.

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