Dino classificou as afirmações do relatório como “exóticas” e afirmou que o país pôs fim à política de espetacularização do combate à corrupção, que segundo ele, é uma forma de corrupção. O ministro ainda ressaltou que “quem usa corrupção como forma de combate à corrupção, como bandeira política, é tão corrupto quanto o corrupto.”
O Brasil caiu para a 104ª posição no IPC, que classifica 180 países e territórios, e é divulgado anualmente desde 1995. O relatório atribui a queda ao desmonte de marcos legais e institucionais anticorrupção promovido pelo governo Bolsonaro.
As declarações de Dino foram feitas em seu último dia no Ministério da Justiça, pois em 22 de fevereiro, ele assumirá uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). Antes disso, o ministro reassumirá sua função como senador.
Além disso, o relatório aponta que o governo de Lula tem falhado na reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção, citando a indicação do antigo advogado pessoal de Lula, Cristiano Zanin, para o STF.
Por outro lado, o ministro do STF, Gilmar Mendes, pediu cautela em relação ao relatório, enquanto o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marcos de Carvalho, afirmou que o índice anticorrupção tem problemas.
Além das críticas ao relatório, Dino também refutou as acusações de uso político da Polícia Federal na recente operação contra a família Bolsonaro, que investiga o suposto uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele enfatizou que ninguém lhe pediu nada durante seu período como ministro e apresentou dados sobre o combate à corrupção pela Polícia Federal, destacando que a instituição realizou 227 operações em 2023 e recuperou R$ 897 milhões.
Assim, as declarações de Flávio Dino refletem o posicionamento do governo em relação ao combate à corrupção e às críticas recebidas sobre a queda no Índice de Percepção da Corrupção.
