Os técnicos responsáveis por analisar os documentos periodicamente apresentados pela Braskem e pelas empresas de consultoria contratadas pela petroquímica destacam a surpresa diante da ocorrência inesperada, considerando que o conjunto de informações fornecido anteriormente pela empresa não se mostrou preciso. O grupo técnico avalia as análises e conclusões dos relatórios consolidados mensais apresentados pela petroquímica e das consultorias contratadas para realização dos estudos do comportamento e da movimentação do terreno.
Conforme o parecer técnico da ANM, a possibilidade de ocorrência de sinkhole (uma dolina) na frente de lavra M#18 era considerada uma hipótese remota, com indicação de redução progressiva do risco associado, porém jamais descartada. Com base no que vinha sendo reportado, a frente de lavra M#18 tinha sido inserida no grupo de cavidades a serem preenchidas com material sólido — processo que estava em andamento quando parte dela se rompeu, indicando que toda a bacia ainda apresenta sinais de instabilidade.
Em face da ocorrência abrupta em parte da mina, o grupo técnico recomendou à Gerência Regional da ANM em Alagoas que exija da Braskem um relatório apontando as causas, consequências e justificativas para o rompimento, além da análise de risco de eventos semelhantes voltarem a ocorrer em outros pontos monitorados. Também sugeriram que a empresa apresente uma justificativa técnica para ainda não ter iniciado o preenchimento de outras frentes de lavra.
A Braskem, por sua vez, assegura que todas as frentes de lavra e cavidades são monitoradas por vários instrumentos e métodos diferentes, de forma redundante, e que instalou na região uma das redes de monitoramento mais modernas e robustas do país. A companhia afirmou que vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, cuja conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025.