Em entrevista à Agência Brasil, a médica explicou que pais e responsáveis devem ficar atentos a sintomas como cansaço durante a amamentação, dificuldade de respiração, coloração arroxeada na pele, infecções respiratórias frequentes, dificuldade de ganhar peso e sudorese excessiva. Estes sintomas podem indicar a presença de doença cardíaca em crianças e adolescentes.
A cardiologista destaca que, em alguns casos, a condição pode exigir intervenção cirúrgica, sendo necessária ainda na primeira infância, e que muitas vezes o diagnóstico e tratamento podem ser desafiadores. Além disso, o acompanhamento médico pode ser necessário ao longo de toda a vida. A distribuição desigual dos centros de referência de cardiologia e cirurgia cardíaca no Brasil também contribui para dificultar o acesso ao tratamento especializado, atrasando o diagnóstico da doença.
A presença de cardiopatia congênita pode afetar não só a saúde física, mas também o crescimento, desenvolvimento motor, cognitivo e neurológico das crianças. Também podem ser observadas alterações no comportamento, déficit de atenção e hiperatividade. Por isso, a equipe que cuida dessas crianças e adolescentes precisa ser multidisciplinar, visando sempre contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Desde sua fundação em 1996, o Projeto Pro Criança Cardíaca realizou 15.531 atendimentos, com destaque para as 119 cirurgias de alta complexidade efetuadas no ano passado. Além dos procedimentos cirúrgicos, a organização oferece cestas básicas, medicamentos, consultas e exames no Hospital Pediátrico Pro Criança Jutta Batista, administrado pela Rede D’Or.
Esses dados demonstram a importância do diagnóstico precoce e do acesso a tratamento especializado para crianças e adolescentes com doença cardíaca, visando garantir qualidade de vida e uma melhor chance de recuperação. Portanto, é fundamental que os pais, profissionais de saúde e a sociedade em geral estejam atentos a esses sinais e promovam a conscientização sobre o tema.