Frentes Parlamentares pedem devolução da Medida Provisória 1202/23 ou votação imediata para rejeição no Congresso.

Em um movimento que evidencia a divergência entre o Executivo e o Legislativo no Brasil, representantes de 17 frentes parlamentares se uniram para apresentar um manifesto exigindo que a Medida Provisória 1202/23, que promove a reoneração da folha de pagamentos, seja devolvida ao Poder Executivo ou submetida a votação no Congresso Nacional para ser rejeitada.

A reoneração da folha de pagamentos é uma medida que tem gerado polêmica desde a decisão do governo Lula de vetar a prorrogação do benefício, que havia sido aprovado pelo Congresso. Este benefício consiste em reduzir os custos para as empresas, que passam a contribuir com base no faturamento, ao invés de recolher impostos sobre a folha de pagamentos. Oobjetivo é beneficiar os setores com grande volume de mão de obra. No entanto, o governo argumenta que a medida é necessária para alcançar a meta de déficit zero nas contas públicas.

A MP 1202/23 também prevê mudanças no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), o que tem gerado debates acalorados entre os parlamentares. Segundo o manifesto das frentes parlamentares, a edição dessa medida provisória foi considerada autoritária e antidemocrática, uma vez que foi adotada logo após o Congresso Nacional ter derrubado o veto presidencial e restabelecido a desoneração da folha de pagamentos.

As declarações dos representantes das frentes parlamentares mostram a insatisfação com a postura do Executivo em relação ao Legislativo, com críticas à falta de diálogo e à tentativa de impor medidas sem passar pelo crivo do Congresso. O presidente da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo, deputado Joaquim Passarinho, foi enfático ao afirmar que a MP é inconstitucional, destacando a ausência dos pressupostos de relevância e urgência para sua aprovação.

A deputada Any Ortiz, presidente da Frente Parlamentar Mista pela Mulher Empreendedora, ressaltou que a medida é um desrespeito à Câmara dos Deputados e a todos os brasileiros, destacando inclusive o apoio de líderes partidários ao projeto de desoneração da folha de pagamentos.

Diante desse cenário de conflito entre os poderes, as frentes parlamentares não apenas exigem a devolução da medida provisória, mas também clamam por uma maior participação do Legislativo nas discussões das leis complementares da reforma tributária, além da votação de outras propostas, como a que trata do trabalho em domingos e feriados para o comércio.

Essa guerra de interesses entre o Executivo e o Legislativo evidencia a tensão política vivida no Brasil, com desdobramentos que certamente impactarão a economia e a sociedade. A atuação das frentes parlamentares é um reflexo da busca pelo equilíbrio e pela defesa dos interesses da população, evidenciando a importância do diálogo e da colaboração entre os poderes.

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