Polícia Federal apreende passaporte de Bolsonaro em operação que investiga tentativa de golpe e prisões de autoridades.

Polícia Federal apreende o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro, figura central na Operação Tempus Veritatis, deflagrada recentemente. A ação, determinada por decreto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, investiga suspeitas de tentativa de golpe de estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Além de Bolsonaro, vários ministros e militares são alvo da operação, incluindo o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira e outros altos oficiais do governo.

Fábio Wajngarten, advogado de defesa do ex-presidente, confirmou que o passaporte foi entregue às autoridades policiais antes do meio-dia. Ele também ressaltou que a única vez em que Bolsonaro saiu do Brasil, a convite do governo eleito da Argentina, os advogados consultaram e comunicaram as autoridades apropriadas, indicando uma disposição de colaboração do ex-presidente no passado.

A operação foi deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, firmar um acordo de colaboração premiada com investigadores da PF, o que foi homologado pelo STF. A investigação aponta para a reunião de militares de alta patente, tanto da ativa como da reserva, nas quais aspectos operacionais do golpe foram discutidos, segundo relatórios.

Um evento-chave nas investigações foi uma reunião convocada por Bolsonaro em julho de 2022, na qual o então presidente teria incentivado as disseminação de informações falsas sobre supostas fraudes eleitorais. Um vídeo da reunião foi encontrado em um dos computadores do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Além disso, a PF afirma que Bolsonaro colaborou para a preparação de um decreto visando viabilizar a execução de um golpe de estado.

A polícia também aponta que o ex-presidente teria pedido alterações em um documento que visava o golpe, visando tirar os nomes de Mendes e de Pacheco, indicando um envolvimento direto nas ações relacionadas à tentativa de golpe. Outros acusados, como o então assessor da Presidência para Assuntos Internacionais Filipe Martins e o advogado Amauri Feres Saad, também foram presos preventivamente durante a operação.

A Operação Tempus Veritatis coloca Bolsonaro e integrantes do seu governo sob escrutínio, em meio a acusações de tentativa de golpe de estado e abolição do Estado Democrático de Direito. A situação promete continuar a desenrolar-se nos próximos dias, com mais detalhes surgindo sobre a investigação em andamento.

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