Mais duas pessoas são mortas pela Polícia Militar na Baixada Santista, totalizando 20 mortos desde início de fevereiro

A Polícia Militar de São Paulo tem sido alvo de críticas após matar mais duas pessoas na Baixada Santista, litoral do estado, neste final de semana. No total, 20 mortes em supostos confrontos com a polícia ocorreram na região desde o dia 2 de fevereiro, quando o policial militar Samuel Wesley Cosmo foi morto em Santos durante um patrulhamento. As polícias civil e militar se mobilizaram para localizar e prender os envolvidos no crime contra Cosmo.

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) estavam em ronda em Santos, no domingo (11), quando suspeitaram de um homem que andava de bicicleta. Esse homem foi baleado e morreu após um suposto confronto. A Polícia Civil está investigando o caso e solicitou perícia no local.

Também em Santos, um homem que teria resistido à ordem de parada dos policiais militares foi morto no sábado (10). A SSP afirmou que os agentes averiguavam uma denúncia de transporte de armas e que o rapaz tinha passagens por tentativa de homicídio e associação criminosa. A perícia foi acionada e todas as circunstâncias dos fatos serão apuradas, de acordo com a Secretaria.

Moradores de bairros da periferia da Baixada Santista denunciaram a prática de execuções, tortura e abordagens violentas por policiais militares contra a população local e egressos do sistema prisional. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, manifestou preocupação em relação à atuação da polícia na Baixada Santista. A prefeitura de São Vicente, na Baixada Santista, chegou a cancelar o carnaval de rua na cidade devido à falta de segurança.

A Operação Escudo, iniciada após a morte do soldado Patrick Bastos Reis em Guarujá, resultou na morte de 28 pessoas em 40 dias de duração. Moradores da região também chegaram a denunciar execuções e ilegalidades. A socióloga Giane Silvestre, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), ressaltou a importância de preservar a vida das pessoas e de atuar com foco na prevenção e em investigações qualificadas para lidar com a violência.

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