Ministro do STF esclarece que não proibiu contato entre advogados de investigados na Operação Tempus Veritatis.

Na última sexta-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez questão de esclarecer que não proibiu o contato entre os advogados dos investigados da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma tentativa de golpe de Estado e tem o ex-presidente Jair Bolsonaro entre os alvos.

A manifestação do ministro veio após o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) solicitar ingresso no caso como interessada. A entidade argumentou que as medidas cautelares impostas por Moraes contra os investigados estavam impedindo o livre exercício da advocacia.

O caso teve repercussão após Moraes proibir os alvos da operação de manter contato com os demais investigados, inclusive através de advogados. A OAB alegou que tal ordem violava as prerrogativas dos defensores. No entanto, o ministro esclareceu que sua proibição não veda a comunicação entre os advogados, mas visa evitar que os defensores sejam utilizados como ponte para o contato entre os investigados.

Moraes ressaltou que a Polícia Federal indicou a importância dos investigados não se falarem, uma vez que são investigadas ações coordenadas que exigiam um prévio alinhamento de narrativas.

O processo sobre o caso segue em sigilo no STF, mesmo com Moraes divulgando o teor de suas decisões devido à repercussão do caso. Foram cumpridas 48 medidas cautelares na operação Tempus Veritatis, incluindo quatro prisões preventivas. Além de Bolsonaro, estão sendo investigados seus ex-assessores diretos, incluindo militares que compuseram o alto escalão do governo.

Portanto, o ministro Moraes deixou claro que não proibiu a comunicação entre advogados e seus clientes, mas sim visa a evitar possíveis manipulações e alinhamentos de narrativas entre os investigados. Ainda assim, as medidas cautelares impostas no âmbito da operação continuam gerando debate e discussão no meio jurídico e político.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo