Governador do Rio Grande do Sul determina sindicância na Brigada Militar sobre episódio denunciado como racismo

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, determinou a abertura de uma sindicância na Brigada Militar do estado para investigar um episódio denunciado como racismo. De acordo com relatos de testemunhas nas redes sociais, policiais da Brigada Militar prenderam um homem negro de 40 anos, que havia chamado a própria brigada após sofrer ameaça de homicídio por parte de um homem branco armado com uma faca.

O governador, por meio de uma nota publicada em seu ex-perfil no Twitter, anunciou que a sindicância deve “ouvir imediatamente testemunhas e apurar as circunstâncias da ocorrência, com a mais absoluta celeridade”. O deputado estadual Matheus Gomes, do PSol, compartilhou em sua conta um vídeo da detenção do homem negro, que aconteceu no bairro Rio Branco, a cerca de três quilômetros do Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul.

Segundo o relato do parlamentar, o homem negro foi agredido pelo homem branco e sem camisa, e ao denunciar o caso para os policiais, acabou sendo preso por “resistência”. Matheus Gomes ressaltou que o episódio é um reflexo do racismo que ainda impera na Brigada Militar. Até o momento, nem o perfil nem o site da corporação trouxeram qualquer posicionamento oficial sobre o episódio em questão.

É importante ressaltar que, no último dia 8, os alunos-oficiais da Brigada Militar participaram de uma palestra com o tema “Racismo Estrutural e a Importância do Letramento Racial para as Instituições de Segurança Pública”. A informação foi encontrada na página da instituição na internet. Através desse evento, a corporação demonstrou estar aberta ao diálogo sobre questões raciais e à importância do letramento racial para as instituições de segurança pública.

A determinação do governador para a abertura da sindicância e a falta de posicionamento oficial da Brigada Militar sobre o episódio em questão evidenciam a urgência de se investigar e esclarecer o ocorrido. O caso levanta questões importantes sobre a atuação da polícia e reforça a necessidade de um debate amplo e consistente sobre o combate ao racismo nas instituições de segurança pública.

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