Ministro dos Direitos Humanos critica racismo institucional na Brigada Militar de Porto Alegre após agressão a motoboy negro.

Motociclista negro vítima de racismo por parte da polícia

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, utilizou as redes sociais no último domingo (18) para criticar a atuação da Brigada Militar de Porto Alegre, após um motoboy negro ter sido vítima de tentativa de homicídio por parte de um homem branco e, em vez de receber apoio, foi tratado como criminoso pelos policiais.

“O caso do trabalhador negro, no Rio Grande do Sul, que tendo sido vítima de agressão acabou sendo tratado como criminoso pelos policiais que atenderam a ocorrência, demostra, mais uma vez, a forma como o racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes”, escreveu o ministro, ressaltando a existência do racismo institucionalizado no país.

Além disso, Silvio Almeida defendeu a necessidade de as instituições analisarem criticamente seu funcionamento, aceitando que, em uma sociedade onde o racismo é estrutural, é necessária a adoção de medidas consistentes e constantes no campo da formação e das práticas de governança antirracista.

As declarações do ministro ocorrem em meio a uma grande repercussão do caso nas redes sociais, com diversas manifestações de indignação e repúdio à atuação da polícia. A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, também se pronunciou sobre o episódio, indicando que sua pasta entrará em contato com as autoridades locais para acompanhar o caso e ajudar na construção de políticas de maior alcance, podendo promover uma campanha nacional contra o racismo.

A situação gerou tamanha indignação que o Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul convocou uma manifestação pacífica para a tarde de hoje, como forma de protestar contra o racismo e pedir igualdade de tratamento para todos os cidadãos.

Esta não é uma situação isolada. Uma pesquisa realizada em 2023 pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) constatou que nove em cada dez brasileiros identificam as pessoas pretas como as que mais sofrem racismo no país. O estudo também apontou que 88% dos entrevistados concordam que essa parcela da população é mais criminalizada do que os brancos.

Diante do exposto, o caso do motociclista negro vítima de racismo por parte da polícia em Porto Alegre reaviva o debate sobre a necessidade de combater o racismo institucional e promover a igualdade de tratamento para todos os cidadãos, independentemente de sua cor de pele.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo