Durante seu discurso, Paim destacou dois casos recentes que ilustram a gravidade do racismo no país. O primeiro foi o de um homem negro que foi detido pela polícia militar do Rio Grande do Sul após ser vítima de uma tentativa de homicídio perpetrada por um homem branco no último sábado (17). O senador também citou o caso de um jovem negro que foi agredido por seguranças em Salvador durante o Carnaval, acusado injustamente de roubo.
O senador ressaltou que esses exemplos são alarmantes e evidenciam a realidade repugnante do racismo que está presente em todo o país. Além disso, Paim mencionou dados alarmantes que revelam a desproporcionalidade da violência enfrentada pela comunidade negra. Segundo estudos, os negros representam 87% dos mortos pela polícia em oito estados brasileiros, apontando para uma violência sistemática contra essa parcela da população.
Em 2020, o Senado aprovou um projeto que veda a conduta de agente público fundamentada em preconceito de qualquer natureza, inclusive de raça, origem étnica, gênero, orientação sexual ou culto religioso (PL 5.231/2020). No entanto, o senador lamentou que a proposta foi “engavetada” pela Câmara dos Deputados. Paim fez um apelo para que a Câmara vote o projeto, destacando a importância de adaptar a abordagem policial aos novos tempos e mudar a forma como a polícia aborda a população, que ainda se mantém arcaica e discriminatória.
O pronunciamento do senador Paulo Paim reacendeu o debate sobre o racismo estrutural no Brasil, trazendo à tona a necessidade de implementar medidas efetivas para combater a discriminação racial no país. As palavras do parlamentar ecoaram no Senado e reforçam a urgência de se promover mudanças significativas para garantir a igualdade e a justiça para a comunidade negra.
