África do Sul busca parecer da CIJ sobre ilegalidade da ocupação israelense dos territórios palestinos para promover acordo de paz.

A África do Sul solicitou à Corte Internacional de Justiça (CIJ) um parecer jurídico não vinculante sobre a ocupação israelense dos territórios palestinos, buscando auxílio para chegar a um acordo. A audiência teve início nesta terça-feira (20) em Haia e seguirá até 26 de fevereiro, com mais de 50 países apresentando argumentos.

Os representantes da África do Sul argumentaram que um parecer consultivo da CIJ poderia contribuir para uma solução de dois Estados e para alcançar uma paz duradoura. A solicitação foi feita em 2022 pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e os representantes palestinos também pediram à CIJ que declarasse a ocupação de seu território por Israel como ilegal.

Apesar da importância do tema, o painel de juízes está enfrentando a ausência de representantes de Israel nas audiências. O país enviou uma declaração por escrito, argumentando que um parecer consultivo seria prejudicial para a obtenção de um acordo negociado com os palestinos.

O embaixador da África do Sul na Holanda, Vusimuzi Madonsela, destacou a importância de uma caracterização legal clara da natureza do regime de Israel sobre o povo palestino como forma de remediar o atraso em curso e chegar a um acordo justo.

O contexto de tensões recentes na região também foi mencionado, com a violência em Gaza desencadeada pela reação israelense aos ataques do Hamas em Israel em outubro do ano passado. O papel desempenhado pela CIJ nesse cenário é visto como um ponto-chave para tentativa de resolução e paz na região.

O pedido da África do Sul ao painel de 15 juízes da CIJ inclui análises sobre a “ocupação, assentamento e anexação por Israel, incluindo medidas destinadas a alterar a composição demográfica, o caráter e o status da Cidade Santa de Jerusalém, e a adoção de legislação e medidas discriminatórias relacionadas”.

A expectativa é que os juízes levem cerca de seis meses para emitir um parecer sobre a solicitação, que também pede que eles considerem o status legal da ocupação e suas consequências.

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