Efeitos colaterais de medicamentos afetam a habilidade de dirigir, alerta Associação Brasileira de Medicina do Tráfego

Novos dados divulgados pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) trazem à tona uma preocupação recorrente: o uso de medicamentos e seus efeitos colaterais sobre a capacidade de dirigir. A entidade publicou uma diretriz de conduta médica, direcionada a profissionais da área de saúde, que avalia o uso de diversos medicamentos, especialmente aqueles que contêm substâncias psicoativas, e as consequências para quem vai conduzir veículos.

Os remédios listados no documento incluem ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, antidepressivos, analgésicos opióides e anti-histamínicos. Além destes, a Abramet alertou que anfetaminas, antipsicóticos e relaxantes musculares podem impactar a capacidade de condução segura. A entidade tem como propósito orientar políticas públicas, chamando a atenção para os cuidados que o paciente deve ter ao assumir a direção. De acordo com a Abramet, os efeitos do uso de remédios sobre a direção devem ser considerados também por autoridades do Executivo e do Legislativo.

O consumo de medicamentos já responde por 6,5% dos gastos das famílias brasileiras, segundo dados divulgados pela Fundação Instituto de Administração e pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos também relatou um aumento expressivo na venda de medicamentos psiquiátricos no Brasil após a pandemia de covid-19. O consumo de remédios para ansiedade, sedativos e antidepressivos registrou considerável crescimento.

A preocupação da Abramet se justifica ainda mais quando se tem em mente que o consumo de remédios foi incluído entre os fatores de risco para sinistros de trânsito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2015. A Organização das Nações Unidas (ONU) também passou a incluir esse entendimento em resoluções sobre segurança viária a partir de 2018.

Além de listar os riscos associados à direção segura para diferentes tipos de medicamentos, a diretriz da Abramet também oferece orientações aos médicos prescritores e aos próprios motoristas usuários de tais medicações. A entidade recomenda que os médicos informem aos pacientes os impactos potenciais da medicação sobre a condução veicular e orientem sobre o cuidado redobrado durante o uso do remédio. A Abramet também faz um alerta aos motoristas, esclarecendo que tipo de medicamento pode afetar sua capacidade de dirigir. A entidade finaliza com um apelo: “Pergunte sempre ao seu médico se o medicamento por ele receitado pode prejudicar a direção”.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo