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G20 declara unanimidade pela solução de dois estados como caminho para a paz no Oriente Médio

A solução de dois estados – um Palestino e um Israelense – é unanimidade entre os integrantes do G20, que reúne as principais economias do mundo, como único caminho para a paz no Oriente Médio. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, transmitiu a posição ao término do encontro de chanceleres, no Rio de Janeiro, destacando a importância da reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para a resolução de conflitos e guerras.

O encontro realizado na Marina da Glória contou com a presença de 45 delegações de integrantes do G20, convidados e entidades multilaterais, como a ONU, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), totalizando a participação de 32 países com representantes de nível ministerial. Entre os chanceleres presentes estavam o secretário de Estado americano, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergey Lavrov, e o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron.

Durante o encontro, houve ênfase na discussão da participação e importância do grupo no diálogo e resolução de conflitos e tensões internacionais, principalmente em relação à situação na Ucrânia e na Faixa de Gaza, onde enfrenta-se ofensivas e invasão territorial israelense. A condenação da guerra na Ucrânia foi reiterada por vários países, enquanto a maioria das nações manifestou preocupação com o conflito na Palestina, destacando o risco de alastramento para os países vizinhos.

O chanceler brasileiro destacou a necessidade de uma solução de dois estados como a única forma possível de resolver o conflito entre Israel e Palestina, bem como os pedidos em favor da liberação imediata do acesso para ajuda humanitária na Palestina e apelos pela cessação das hostilidades. Além disso, foi discutida a situação de deslocamento forçado de mais de 1,1 milhão de palestinos para o sul da Faixa de Gaza e a retaliação de Israel, que resultou em um grande número de mortos na região.

Outro ponto destacado foi a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU, com a inclusão de novos países membros, rotativos e permanentes, destacando-se a importância da representação da América Latina, do Caribe e da África. A reforma é considerada essencial para a resolução de conflitos, como no caso do veto americano que inviabilizou a resolução de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A presidência brasileira do G20 anunciou a realização de um novo encontro extraordinário dos chanceleres em setembro, em Nova York, à margem da abertura da 79ª Assembleia-Geral da ONU, com a participação de todos os países, independentemente de terem assento no G20.

Além disso, foram acolhidas as demais prioridades da presidência rotativa brasileira, como a busca da inclusão social, combate à fome e à pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável, considerando-se seus três pilares: o social, o econômico e o ambiental.

O G20 é composto por 19 países e dois órgãos regionais, representando cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial. Como presidente do G20, o Brasil tem o direito de chamar outros países e entidades, e em 2025, a presidência será assumida pela África do Sul.

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