Instituição Fiscal Independente eleva projeção de crescimento econômico para 2024, mas mantém previsão de déficit primário, revela relatório.

A Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgou nesta quinta-feira (22) o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) do mês de fevereiro, trazendo novas projeções para a economia brasileira. Segundo o documento, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 foi revisada para cima, passando de 1,2% para 1,6%. Essa revisão se deve ao potencial impacto do pagamento extraordinário dos precatórios, que pode impulsionar o consumo, e a uma perspectiva mais favorável para a economia global.

Apesar desse ajuste positivo, a estimativa da IFI ainda fica ligeiramente abaixo das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central do Brasil, que apontam um crescimento de 1,7% para a economia do Brasil em 2024. Já a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima um crescimento de 1,8%, enquanto o governo brasileiro projeta um crescimento do PIB de 2,2% para este ano.

Além disso, a IFI também revisou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, ajustando marginalmente para baixo, de 4% para 3,9%. Isso se deve em parte à expectativa de moderação na trajetória dos preços das commodities em reais, o que manteria a inflação dentro da meta pretendida pelo governo, de 3%, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.

No entanto, o relatório da IFI indica que a projeção inicial é de um déficit primário de 0,9% do PIB, o que representaria um descumprimento da meta fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2024) de um déficit zero. A dívida bruta também pode alcançar 77,7% do PIB no fim de 2024, e a IFI projeta uma receita de R$ 130,4 bilhões oriunda das novas fontes previstas em leis aprovadas no ano passado, uma quantia muito abaixo dos R$ 274,7 bilhões esperados pelo Executivo federal.

Por outro lado, o relatório destaca a possibilidade de ampliação dos investimentos a partir da queda da taxa básica de juros, do aumento da confiança nos resultados da política econômica e da expansão do crédito via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Produzido mensalmente, o RAF traz avaliações conjunturais sobre a macroeconomia, receitas e despesas públicas, e o ciclo orçamentário. A IFI foi criada pelo Senado no final de 2016 para ampliar a transparência nas contas públicas e tem como diretor-executivo o economista Marcus Pestana.

Portanto, as projeções divulgadas pela IFI apontam para um cenário de ligeira melhora na economia brasileira, mas com desafios fiscais significativos a serem enfrentados nos próximos anos. A transparência e análise detalhada trazida pela instituição são importantes para que os agentes econômicos e a sociedade estejam cientes dos desafios e oportunidades que se apresentam no horizonte econômico do país.

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