Grupo de trabalho é criado para analisar casos de óbitos relacionados ao trabalho no Brasil e propor ações para prevenir mortes.

Um grupo de trabalho foi oficialmente criado nesta sexta-feira (23) com o intuito de auxiliar o Ministério da Saúde na análise detalhada de casos de óbitos no Brasil relacionados ao ambiente de trabalho. A medida, que consta no Diário Oficial da União, visa enfrentar as condições que levam a este tipo de fatalidade, trazendo à tona a importância de se compreender e lidar com as questões que envolvem a saúde e segurança dos trabalhadores.

O documento que oficializou a criação do colegiado destaca a necessidade urgente de se abordar os altos índices de suicídio entre indivíduos em idade produtiva, um problema que não pode mais ser negligenciado. Com base em dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade de 2019, que apontou 13.520 casos de suicídios entre um total de 142.800 óbitos por causas externas, sendo 9.977 destes relacionados ao ambiente de trabalho, a resolução destaca a gravidade da situação.

O grupo de trabalho, composto por membros representativos dos usuários, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde, terá como principal objetivo analisar e interpretar os dados disponíveis, a fim de estabelecer uma relação mais clara entre as mortes de trabalhadores e seus ambientes laborais. A conselheira Altamira Simões de Sousa ressalta a importância de dialogar com instituições que representam os trabalhadores, como sindicatos, e buscar embasamento em literaturas especializadas sobre o tema para enriquecer o debate.

Além disso, a resolução destaca a relevância da participação social no desenvolvimento e revisão das políticas de saúde, evidenciando a necessidade de ampliar o olhar sobre os diversos ambientes de trabalho. Com um prazo estabelecido de seis meses para a conclusão das atividades, prorrogável por mais seis meses, o grupo de trabalho terá a missão de apresentar resultados embasados nas diretrizes das Conferências Nacionais de Saúde e nas recomendações do Conselho Nacional de Saúde.

Diante da urgência do tema, a expectativa é que o relatório final seja submetido ao plenário em um prazo que não ultrapasse sete meses, reforçando a importância da atuação conjunta para a promoção de um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para todos os profissionais.

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