Ministro Dias Toffoli promove debate sobre revisão da Lei da Anistia em encontro com Instituto Vladimir Herzog em Brasília

A possibilidade de revisão da Lei da Anistia, tema de grande relevância para a sociedade brasileira, volta a ganhar destaque com a manifestação do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma reunião realizada no dia 7 de fevereiro em Brasília, Toffoli revelou sua disposição em promover um amplo debate sobre o assunto no segundo semestre de 2024, por meio de audiências públicas.

A Lei da Anistia, promulgada durante a ditadura militar em 1979, perdoa todos os envolvidos em “crimes políticos ou conexos”, o que inclui agentes da repressão responsáveis por torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos entre 1969 e 1979. Essa norma tem sido alvo de críticas da sociedade civil, que a considera responsável pela impunidade de graves violações de direitos humanos cometidas durante o regime autoritário.

A decisão de Toffoli de retomar a discussão sobre a Lei da Anistia foi elogiada por representantes do Instituto Vladimir Herzog, como Rogério Sottili, diretor-executivo da organização. Para Sottili, a abertura desse debate é fundamental para virar uma página importante da história do Brasil e combater atitudes antidemocráticas e violações de direitos humanos.

A base para esse debate é a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 320, protocolada pelo PSOL em 2014 e que estava sob a relatoria do ministro Luiz Fux, passando para a relatoria de Toffoli em 2021. O Instituto Vladimir Herzog também se tornou Amicus curiae da ADPF 320 a partir de 2021, contribuindo com subsídios para o julgamento.

Há também a referência ao relatório final da Comissão Nacional da Verdade de 2014, que apontou 377 pessoas como responsáveis por crimes de tortura e assassinato durante a ditadura, reforçando a necessidade de revisão da Lei da Anistia.

Em sua trajetória no STF, Toffoli já se manifestou anteriormente a favor da revisão da Lei da Anistia, como no caso dos ex-militares da Força Aérea Brasileira que buscavam ser enquadrados como anistiados políticos. Sua posição favorável à revisão é vista como um passo importante na luta contra a impunidade e pela justiça histórica no Brasil.

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