Número de pedidos de asilo na União Europeia atinge nível recorde em 2023, provocando debate sobre imigração e extremismo.

Os pedidos de asilo para a União Europeia atingiram um novo recorde em 2023, totalizando 1,14 milhão de solicitações, o que representa um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Os dados divulgados pela Agência da União Europeia para o Asilo (EUAA) nesta quarta-feira (28) indicam a maior demanda desde a crise migratória de 2015 e 2016, reascendendo um debate já intenso sobre imigração e a ascensão de grupos de extrema-direita.

De acordo com a EUAA, os sírios e afegãos continuam sendo os maiores grupos de solicitantes, porém, uma nova tendência foi observada com o aumento significativo de pedidos de cidadãos turcos, que se tornaram o terceiro maior grupo de requerentes. Além disso, o número de palestinos em busca de asilo atingiu um recorde de quase 11.600, reflexo da recente escalada de tensões entre Israel e Hamas.

A Alemanha se manteve como o principal destino dos requerentes, recebendo aproximadamente um terço de todos os pedidos, enquanto o Chipre se destacou por ter o maior número de solicitações em termos relativos, com um pedido para cada 78 habitantes do país.

Embora os números de pedidos de asilo em 2023 sejam ligeiramente inferiores aos picos de 2016, eles se somam aos 4,4 milhões de ucranianos que buscaram refúgio na União Europeia durante a invasão russa da Ucrânia, sem necessidade de formalizar um pedido.

O aumento da demanda por asilo coincide com um incremento nas travessias irregulares reportadas pela Frontex, a agência de proteção de fronteiras da UE, intensificando o debate sobre medidas para conter a imigração. A União Europeia tem reforçado suas fronteiras e legislações de asilo desde a crise de 2015-2016, fechando acordos com países do Oriente Médio e Norte da África para restringir o fluxo de migrantes.

Apesar de um acordo histórico alcançado em dezembro para redistribuir de forma mais equilibrada o ônus e o trabalho de acolher imigrantes, algumas autoridades europeias argumentam que tais medidas ainda não são suficientes para lidar com a crescente demanda por asilo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo