Os resultados do estudo sugerem que as condicionalidades do programa, como a promoção da saúde e educação, a vacinação de crianças e o acompanhamento pré-natal, podem incentivar as famílias a procurar serviços de saúde e receber orientações sobre prevenção e tratamento contra o vírus do HIV e a síndrome da aids. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ressaltou que viver com extrema baixa renda é um fator de risco para diversas condições de saúde, incluindo a aids, e destacou a importância de abordar as vulnerabilidades ambientais, sociais e econômicas que afetam a saúde dessas populações.
O estudo, liderado pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em parceria com a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), analisou dados de quase 23 milhões de brasileiros ao longo de nove anos. Os resultados mostraram que a incidência de aids e a taxa de mortalidade associada à doença foram menores entre os beneficiários do Bolsa Família em comparação com os não beneficiários.
Segundo Andréa Silva, uma das autoras do estudo, os resultados indicam que a probabilidade de uma pessoa que participa do programa desenvolver aids ou morrer devido à doença é significativamente menor em comparação com aqueles que não recebem o benefício. Isso sugere que o Bolsa Família pode desempenhar um papel crucial na redução do impacto da aids em populações vulneráveis.
Em resumo, o estudo destaca a importância dos programas de transferência de renda condicionada, como o Bolsa Família, na melhoria do bem-estar e na redução do impacto de doenças graves como a aids, especialmente em populações em situação de extrema vulnerabilidade social e econômica. Essas descobertas reforçam a necessidade de políticas públicas eficazes para combater as doenças e promover a saúde dessas comunidades.