Decisão da União Europeia sobre preservação ambiental é criticada pelo senador Zequinha Marinho como hipocrisia e protecionismo comercial

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) fez duras críticas à decisão da União Europeia de postergar para 2025 a exigência de agricultores preservarem 4% da vegetação nativa de suas terras e de flexibilizar essa determinação, permitindo que produtores comprometidos em destinar ao menos 7% de área para cultivos que fixem nitrogênio no solo sejam dispensados. Em seu pronunciamento na quarta-feira (28), o parlamentar ressaltou o contraste com a obrigação dos agricultores da Amazônia, que são obrigados a preservar ou reservar legalmente 80% de suas propriedades.

Zequinha Marinho destacou a aparente incoerência da postura europeia, que adia a exigência mínima de preservação ambiental enquanto cobra do Brasil a comprovação de que seus produtos importados não contribuem para o desmatamento. Ele enfatizou que o Parlamento Europeu aprovou novas regulamentações nesse sentido, colocando a necessidade de comprovar a origem de diversos produtos brasileiros exportados para lá, como gado, madeira, cacau, café, entre outros.

O senador chamou a decisão europeia de protecionismo comercial e argumentou que a Organização Mundial do Comércio deveria intervir nesse caso. Para combater essa disparidade, Zequinha Marinho mencionou um projeto de sua autoria, o PL 2.088/2023, que propõe a reciprocidade ambiental. Tal política visa estabelecer que os padrões ambientais exigidos para a comercialização de produtos brasileiros também sejam aplicados na aquisição de produtos europeus pelo Brasil, promovendo, assim, uma igualdade de critérios.

Dessa forma, o senador defendeu a soberania do Brasil em relação às imposições de outros países e argumentou que o país não deve se sujeitar a regras que mascaram interesses protecionistas sob o pretexto da sustentabilidade. Zequinha Marinho reforçou a importância de políticas que garantam um equilíbrio nas relações comerciais internacionais, promovendo não apenas a preservação do meio ambiente, mas também a justiça e igualdade entre nações.

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