O estudo conduzido pela Serasa revela que os principais motivos que levaram à inadimplência nos anos de 2022 e 2023 foram o desemprego e a diminuição da renda. Em 2022, 29% dos devedores citaram o desemprego como causa, enquanto em 2023 esse número caiu para 22%. Já a redução da renda foi apontada por 12% dos inadimplentes em 2022 e por 20% em 2023.
O cartão de crédito se mantém como a principal fonte de dívida entre os inadimplentes, sendo citado por 55% dos endividados no ano passado. A pesquisa também revelou que sete em cada dez brasileiros costumam parcelar suas compras, sendo que 27% optam pelo parcelamento por não possuírem o valor integral para pagamento à vista.
Um dado interessante extraído da pesquisa é que apenas 11% das mulheres das classes C, D e E, e 16% das mulheres das classes A e B, afirmaram estar satisfeitas com suas finanças pessoais. No geral, apenas 12% das faixas C, D e E, e 17% das faixas A e B, declararam estar satisfeitos com a sua situação financeira.
O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, ressaltou a importância de políticas públicas que possam combater o desemprego e a informalidade, além da necessidade de promover a educação financeira, o microcrédito e o crédito responsável para lidar de forma abrangente e sustentável com o problema da inadimplência.
Em um cenário de ampliação do acesso ao microcrédito e ao crédito responsável, bem como de fortalecimento dos mecanismos de proteção do consumidor, é possível vislumbrar a inclusão financeira e a recuperação de crédito como medidas que podem auxiliar na resolução do problema da inadimplência no país. Medidas como a realização de mutirões de renegociação de dívidas, como o Programa Desenrola Brasil, podem ser uma alternativa viável para milhões de brasileiros endividados que buscam soluções para regularizar sua situação financeira.