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Protesto em Santarém contra a construção da Ferrogrão reúne indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares em defesa do meio ambiente.

Indígenas e comunidades locais unem forças contra a construção da Ferrogrão no Pará

Nesta segunda-feira (4), em Santarém, no Pará, indígenas dos povos Munduruku, Kayapó, Panará, Xavante, do Tapajós, ribeirinhos e agricultores familiares se reuniram em um protesto contra a construção da Ferrogrão. Com uma extensão de 933 quilômetros, a ferrovia está prevista para ligar Sinop, em Mato Grosso, ao porto paraense de Miritituba, passando por áreas de preservação permanente e terras indígenas que abrigam cerca de 2,6 mil pessoas.

Durante o protesto, os participantes denunciaram a falta de Consulta Prévia Livre e Informada, a fragilidade dos estudos de impacto e os potenciais riscos socioambientais da ferrovia. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira compartilhou nas redes sociais o posicionamento dos manifestantes em frente ao Porto da Cargill, em Santarém, reforçando a resistência dos povos contra projetos de logística que afetam territórios e ameaçam suas vidas.

Além do protesto, os manifestantes também realizaram um julgamento simbólico da Ferrogrão, projeto focado na exportação de grãos do agronegócio. A obra, vista como uma alternativa à Rodovia BR-163, principal via de escoamento do agronegócio no Centro-Oeste, tem um custo estimado de R$ 24 bilhões e um prazo de concessão de uso de 69 anos.

Em meio às discussões, o PSOL entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6.553) no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a constitucionalidade da construção da ferrovia. Em setembro do ano passado, o ministro Alexandre Moraes suspendeu temporariamente a ação e determinou estudos de impacto ambiental e consulta às comunidades afetadas.

O Ministério dos Transportes criou um grupo de trabalho para acompanhar os processos e estudos relacionados ao projeto e facilitar o diálogo entre as partes interessadas. A decisão final sobre a construção da Ferrogrão deve ser tomada pelo ministro Alexandre de Moraes ainda este mês. A mobilização dessas comunidades mostra a importância do engajamento e da defesa dos territórios indígenas e ambientais diante de projetos que possam prejudicar o meio ambiente e as populações locais.

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