Violência policial crônica na Baixada Santista: relatório da Defensoria Pública aponta abusos recorrentes e execuções sumárias em comunidades afetadas.

A Baixada Santista tem sido palco de uma grave situação de violência institucional, segundo relatório da Defensoria Pública de São Paulo. As comunidades locais têm vivenciado abusos policiais recorrentes, especialmente durante as Operações Escudo e Verão realizadas pelo governo estadual.

O relatório da Defensoria revela que os abusos vão desde xingamentos e invasões de domicílio até o uso desproporcional de armamento pesado em meio a aglomerações de pessoas, além de casos de mortes por intervenção policial com características de execução sumária. A situação tem gerado impactos diretos na vida dos moradores das comunidades periféricas da região.

Durante visitas realizadas em comunidades como Vila Teimosa, Vila Sonia, Vila dos Pescadores e Vila dos Criadores, foram ouvidas 24 pessoas afetadas pela violência policial. Além disso, relatos de violência têm sido recebidos pela Defensoria por meio de atendimento virtual.

A Baixada Santista tem sido alvo de grandes operações policiais desde o ano passado, após policiais militares serem mortos na região. O número de mortes por policiais em serviço aumentou significativamente nos primeiros meses deste ano, com um total de 57 mortes registradas em janeiro e fevereiro.

A precariedade no planejamento das ações policiais e uma cultura permissiva em relação às violações de direitos humanos têm contribuído para a situação de violência na região. A Defensoria destaca ainda a vulnerabilidade de crianças e adolescentes aos abusos policiais, impactando negativamente em suas rotinas e direitos fundamentais.

A falta de transparência e controle nas operações policiais na Baixada Santista tem sido uma preocupação do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública, que defende a importância da divulgação de informações sobre as operações e a responsabilização dos envolvidos.

A Agência Brasil procurou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para obter um posicionamento sobre o relatório da Defensoria, mas até o momento não obteve resposta. A situação de violência institucional na Baixada Santista demanda ações urgentes para proteger os direitos e a segurança dos moradores das comunidades locais.

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