De acordo com a pesquisa, a queda no faturamento foi um dos principais motivos para os prejuízos, com 59% dos bares e restaurantes registrando uma redução na receita em comparação ao mês anterior. Nas regiões não turísticas, a queda no faturamento chegou a 10%, mostrando a disparidade entre os diferentes locais do país. Além disso, Solmucci ressaltou que as chuvas intensas em algumas cidades contribuíram para que muitas pessoas optassem por ficar em casa, afetando ainda mais o movimento nos estabelecimentos.
Diante desse cenário desafiador, a Abrasel encomendou um estudo à Fundação Getulio Vargas visando a recuperação do setor, incluindo um olhar sobre o impacto da reforma tributária. A expectativa é que em seis ou oito meses seja possível apresentar um plano de recuperação que envolva não apenas o governo federal, mas também agências de fomento e grandes empresas privadas, como a Coca Cola e Ambev, que já se mostraram interessadas em apoiar o projeto.
Outros desafios enfrentados pelo setor incluem a dificuldade em reajustar os preços dos cardápios, com apenas 9% dos estabelecimentos conseguindo aumentar os preços acima da inflação. A situação financeira delicada de muitas empresas, com 43% delas com pagamentos em atraso, exige um olhar sistêmico e um grande pacto nacional para a recuperação do setor, que enfrenta o risco de ter uma destruição em massa de empregos caso medidas não sejam tomadas para reverter a situação.
Por outro lado, em fevereiro, o carnaval conseguiu ajudar a compensar um pouco os prejuízos, com 76% dos estabelecimentos mantendo as portas abertas durante a folia e 40% registrando um aumento no faturamento em relação ao ano anterior. A pesquisa mostra a resiliência do setor, que busca alternativas para superar os desafios e se recuperar em meio a um cenário complexo e volátil.