Enquanto isso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acusou a Polícia Militar de Minas Gerais de impor um cerco ao acampamento, restringindo a entrada de suprimentos essenciais para as famílias acampadas. O MST afirmou que a PM permitiu a entrada de água e medicamentos, porém outras necessidades como lonas para proteção da chuva e gás para cozinhar não foram permitidas.
O movimento enfatizou que o cerco foi considerado ilegal e desumano, destacando uma suposta decisão política do governador Romeu Zema que violava os direitos das famílias sem-terra. Por sua vez, o governo de Minas Gerais não se pronunciou sobre a ação da PM no local e o governador Zema ainda não manifestou publicamente sobre o assunto.
A Defensoria Pública de Minas Gerais enviou um ofício à PM solicitando o cancelamento da operação e questionando a necessidade da presença policial na área. A defensoria destacou que a reintegração de posse foi negada e pediu medidas para garantir a ordem democrática.
A decisão do juiz Christyano Lucas Generoso, baseada na falta de comprovação de posse pelos solicitantes, reforçou a improcedência do pedido de reintegração. O magistrado salientou a ausência de evidências claras de posse do terreno antes da ocupação pelos trabalhadores rurais.
A ocupação da fazenda “Aroeiras” pelo MST foi motivada pelo não cumprimento da função social da terra, alegando que a propriedade estava improdutiva e abandonada há sete anos. O movimento defendeu a desapropriação do imóvel para a reforma agrária, amparados pelo Artigo 184 da Constituição Federal.
Em resposta, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) declarou não ter informações sobre o imóvel rural ocupado. O órgão afirmou que é necessário uma vistoria para avaliar a função social da terra e destacou que a área ocupada não estava previamente destinada ao programa de reforma agrária.
Diante desse cenário, a controvérsia entre a reintegração de posse e a ocupação das famílias sem-terra permanece em destaque, sublinhando a complexidade das questões agrárias e sociais envolvidas nesse caso específico em Minas Gerais.