Cobertura vacinal infantil da covid-19 ainda é baixa, evidenciando alerta para aumento nas mortes de crianças, aponta boletim da Fiocruz.

A cobertura vacinal completa contra a covid-19 em crianças é preocupante e traz um alerta para a persistência no número de mortes causadas pela doença. Segundo dados divulgados pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis, apenas 11,4% dos jovens com menos de 14 anos receberam as três doses do imunizante.

Desde 2023, a vacina da covid-19 está disponível para crianças a partir de 6 meses de idade, sendo necessário o esquema vacinal completo com três doses. No entanto, os números apontam que quanto menor a idade, menor a aplicação do imunizante. Apenas 14,2% das crianças de 6 meses a 2 anos receberam duas doses, e somente 6,3% completaram o ciclo com três aplicações.

Já entre as crianças de 5 a 11 anos, pouco mais da metade recebeu duas aplicações, enquanto somente 12,8% completaram as três doses necessárias. Esses dados são alarmantes, pois a baixa cobertura vacinal em crianças pode contribuir para a persistência no número de mortes causadas pela covid-19.

O boletim do Observa Infância também destaca a relação entre a vacinação e as mortes de crianças com covid-19. A análise dos dados entre os anos de 2021 e 2024 mostra que, após a disponibilização da vacina para crianças a partir de 6 meses de idade em 2023, houve uma redução no número de mortes.

No entanto, a relativa estabilidade no número de óbitos em 2024 levanta preocupações e destaca a necessidade de intensificar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes. Os pesquisadores ressaltam que a vacinação é fundamental para combater a disseminação do coronavírus e proteger os mais jovens das formas graves da doença.

O coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini, alerta para a importância de utilizar a vacina disponível para garantir a saúde das crianças, especialmente diante do cenário desfavorável com a circulação de outras doenças perigosas, como a dengue. É fundamental que a vacinação seja reforçada e ampliada para proteger a população mais vulnerável e reduzir o impacto da covid-19, especialmente entre as crianças.

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