CAE aprova projeto de lei para controlar produção e venda de ouro no Brasil, combatendo extração ilegal e protegendo terras indígenas.

Na manhã desta terça-feira (12), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realizou uma audiência pública para discutir e debater o projeto de lei que propõe aprimorar os instrumentos de controle sobre a produção, venda e transporte de ouro no Brasil. O PL 836/2021, de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), recebeu parecer favorável do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), na forma de substitutivo, e foi aprovado em turno suplementar pelos membros da CAE, encaminhando-se agora para a apreciação na Câmara dos Deputados.

Durante a reunião, foi acolhida uma emenda do senador Sergio Moro (União-PR) que propõe a supressão do artigo 9º do projeto, o qual proibia a comercialização de ouro proveniente de terras indígenas sem autorização legal, independentemente do status do processo de demarcação, bem como de Unidades de Conservação de proteção integral. O senador Moro defendeu que a Constituição permite a exploração mineral em terras indígenas com a devida autorização do Congresso, ressaltando a importância de garantir que a população indígena seja beneficiada de maneira justa e que suas vontades sejam respeitadas.

O senador Contarato, autor do projeto, justificou a necessidade de um maior controle nas fases iniciais de produção de ouro, visando corrigir as falhas nos processos de compra que acabam legalizando ouro extraído ilegalmente. Ele alertou para o impacto do mercado bilionário de ouro extraído de forma ilegal em áreas proibidas, como terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia, o que tem contribuído para o aumento do desmatamento e a contaminação do meio ambiente.

Segundo dados do Instituto Escolhas, cerca de metade da produção nacional de ouro entre 2015 e 2020 foi comercializada de forma ilegal, evidenciando a falta de controle efetivo sobre a origem do metal. O projeto de lei aprovado na CAE tem como objetivo implementar regras que garantam a origem legal do ouro, restringir sua comercialização em áreas sensíveis e revogar dispositivos que favorecem a comercialização ilegal.

Entre as propostas apresentadas no projeto estão a exigência de emissão eletrônica de nota fiscal para operações com ouro e a restrição da comercialização apenas para pessoas jurídicas, visando aprimorar o monitoramento das transações. O senador Kajuru destacou a importância dessas medidas para restringir a comercialização ilegal de ouro e garantir mais transparência e controle sobre essa atividade econômica.

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