Número de mortes por policiais militares na Baixada Santista sobe para 43; Secretário de Segurança Pública é exonerado e assume cargo de deputado federal.

Na Baixada Santista, litoral do estado de São Paulo, a violência policial tem se intensificado, resultando na morte de 43 pessoas desde o dia 2 de fevereiro. O caso que desencadeou uma série de mortes foi o assassinato do policial militar Samuel Wesley Cosmo em Santos durante um patrulhamento. Em resposta ao crime, as polícias Civil e Militar mobilizaram uma operação para localizar e prender os envolvidos na morte de Cosmo.

Recentemente, na madrugada de terça-feira (12), outro caso de morte por intervenção policial foi registrado no bairro Itararé, em São Vicente. Após receber uma denúncia anônima sobre a presença de um membro de uma organização criminosa em um apartamento, policiais foram até o local e, alegando resistência à prisão por parte do suspeito, atiraram contra ele. A Secretaria de Segurança Pública informou que a arma do homem, assim como a dos policiais, foram apreendidas para perícia e o caso segue sob investigação.

Além desse episódio, outros dois homens foram mortos em um suposto confronto com policiais militares na região da Avenida Sambaiatuba, em São Vicente. Os agentes, em uma incursão em um ponto conhecido de tráfico de drogas, teriam sido recebidos a tiros por criminosos armados. Após troca de tiros, os dois homens foram baleados e não resistiram aos ferimentos, sendo encontrados na água, juntamente com armas de fogo e grande quantidade de entorpecentes.

Na mesma linha de acontecimentos, no morro José Menino, em Santos, um policial militar foi baleado durante uma ação e, em resposta, um suspeito de 47 anos foi morto em um suposto confronto. A área foi isolada e as investigações já estão em andamento para esclarecer os fatos.

Em meio a esses eventos, o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, foi exonerado do cargo e retornou ao posto de deputado federal para relatar um projeto de lei que propõe a extinção das saídas temporárias de pessoas encarceradas. Essa medida, que causou polêmica, está em debate no Congresso Nacional, sendo defendida por uns e contestada por outros, com opiniões divergentes sobre o papel da ressocialização no sistema penal.

Diante de tantas mortes e da complexidade das questões envolvendo a atuação policial e a ressocialização de indivíduos encarcerados, fica evidente a necessidade de um debate amplo e transparente, visando a garantia dos direitos humanos e a segurança da população. A investigação dos fatos e a responsabilização dos envolvidos são passos essenciais para o restabelecimento da confiança na atuação das forças de segurança.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo