Comissão de Constituição e Justiça aprova PEC que criminaliza posse de drogas ilícitas, com penas alternativas para usuários e divergências no Senado.

Na última reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi aprovada uma proposta de emenda à Constituição que promete gerar bastante debate nos próximos dias. A PEC 45/2023 determina que a posse de qualquer quantidade de droga ilícita seja considerada um crime, com penas previstas pela lei. A grande discussão em torno da proposta está na definição de como os usuários serão tratados: o texto sugere que eles devam receber penas alternativas à prisão e tratamento contra a dependência.

O senador Efraim Filho, relator da PEC e representante da Paraíba, ressaltou durante a reunião o amplo apoio popular à medida. Para ele, a criminalização da posse de drogas é uma forma eficaz de combater o tráfico e o consumo dessas substâncias ilícitas. No entanto, nem todos os senadores concordam com essa visão. O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, levantou preocupações sobre os possíveis impactos da PEC, especialmente em relação ao aumento da população carcerária.

A questão da política de drogas é um tema sensível e complexo, que envolve não apenas aspectos legais e penais, mas também questões de saúde pública e direitos individuais. A discussão sobre a PEC 45/2023 certamente irá se intensificar nos próximos dias, com diferentes setores da sociedade se posicionando a favor e contra a proposta.

Os defensores da medida argumentam que a criminalização da posse de drogas é necessária para desestruturar as organizações criminosas envolvidas no tráfico de entorpecentes. Já os críticos alertam para os possíveis efeitos negativos da lei, como o aumento da superlotação nos presídios e a marginalização de indivíduos que necessitam de tratamento para dependentes químicos.

Diante desse cenário de divergências e incertezas, a PEC 45/2023 se configura como um ponto crucial de debate no Congresso Nacional, com a sociedade civil atenta aos desdobramentos e desafios que a proposta poderá enfrentar ao longo de sua tramitação.

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