Trabalhadores da Avibras ocupam pátio da fábrica em protesto por salários atrasados e recusa de reunião com sindicato.

Trabalhadores da Avibras, empresa renomada na fabricação de armamentos militares e localizada em Jacareí, interior de São Paulo, tomaram uma decisão drástica na manhã de quinta-feira (14). Diante da recusa da direção da Avibras em permitir uma assembleia dos metalúrgicos, os trabalhadores optaram por ocupar o pátio da fábrica.

A situação dos trabalhadores se agravou nos últimos 11 meses, período em que não têm recebido salários. A expectativa de uma reunião entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região para tratar do assunto foi frustrada, uma vez que o encontro foi desmarcado. Os operários decidiram permanecer no pátio até que a empresa apresente uma solução viável para o problema.

Os trabalhadores da Avibras, altamente qualificados, enfrentam uma situação alarmante. Muitos deles foram obrigados a buscar empregos informais para sustentar suas famílias após mais de um ano sem receber salários. A ocupação do pátio foi vista como a única alternativa diante do desrespeito contínuo da empresa para com seus colaboradores.

A Avibras, que possui cerca de 1,2 mil funcionários e é reconhecida por sua produção de mísseis, lançadores de foguetes e bombas inteligentes, enfrenta uma greve que já dura um ano e meio. A situação se agravou desde setembro de 2022, devido aos constantes atrasos nos pagamentos.

Os problemas financeiros da Avibras são evidentes, com uma dívida total de R$ 376 milhões até abril do ano anterior e um pedido de recuperação judicial realizado em março de 2022. As demissões de 420 trabalhadores na mesma época foram posteriormente canceladas pela Justiça em resposta a uma ação movida pelo Sindicato. Desde então, os trabalhadores têm sido afetados por suspensões de contratos de trabalho.

Em nota, a Avibras afirmou estar empenhada em diversos esforços para superar a crise financeira, incluindo um plano de recuperação em andamento e a negociação com um investidor estratégico para capitalizar a empresa. A empresa destacou seu comprometimento em resolver as pendências trabalhistas e retomar suas operações normalmente.

No entanto, a Avibras também repudiou veementemente a invasão da empresa pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, classificando o ato como incoerente e truculento. A empresa mencionou que tem mantido o sindicato e os colaboradores informados sobre suas iniciativas de recuperação econômico-financeira.

A situação na Avibras reflete não apenas os desafios enfrentados pela empresa, mas também a realidade crítica de muitos trabalhadores que lutam por seus direitos e pela garantia de seus empregos em um cenário complexo e desafiador.

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