Depoimento de 14 integrantes do núcleo golpista tem em comum o silêncio diante da Polícia Federal em investigação.

Na manhã de hoje, a Polícia Federal (PF) divulgou os resultados dos depoimentos concedidos no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado e subversão das eleições presidenciais de 2022. Dos 27 depoimentos colhidos, 14 pessoas optaram por ficar em silêncio, alegando o direito constitucional de não produzirem provas contra si mesmas ou, ainda, a suposta falta de acesso a todos os elementos de prova.

Segundo informações da própria PF e do relatório do Supremo Tribunal Federal (STF), todos os 14 depoentes que ficaram em silêncio fazem parte de núcleos de pessoas que atuaram dentro do esquema golpista. Dentre os depoentes que preferiram não se pronunciar, 12 são militares, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e integravam núcleos de assessoramento ou ocupavam cargos no governo federal. Além dos militares, havia um padre e um advogado entre os que optaram pelo silêncio.

Entre os militares que se mantiveram calados durante os depoimentos está o ex-ministro da Defesa Braga Netto, que ocupou também o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Outro militar que preferiu não se pronunciar foi o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, que colocou a Marinha à disposição de Bolsonaro em caso de um golpe de Estado.

Além dos militares, cidadãos civis também se mantiveram em silêncio diante das autoridades. O advogado Amauri Feres Saad e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, apontados como integrantes do chamado “núcleo jurídico” do esquema golpista, invocaram a Constituição Federal para não produzirem mais provas.

A investigação envolvendo esses depoentes, militares e civis, ainda está em andamento e novos desdobramentos podem surgir nos próximos dias. O silêncio dessas pessoas diante das autoridades revela a complexidade e a delicadeza das questões que envolvem o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado e a subversão das eleições presidenciais de 2022.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo