Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom já havia informado sobre a previsão de cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros, e a expectativa é de que esta redução realmente ocorra. No entanto, a incerteza paira sobre se os cortes na Selic se limitarão até a reunião de maio ou se serão mantidos ao longo do segundo semestre.
A perspectiva do mercado financeiro é de que a Selic encerre o ano em 9% ao ano, de acordo com a mais recente edição do boletim Focus, que é uma pesquisa semanal com analistas de mercado. O Copom terá a palavra final sobre essa decisão, que será anunciada ao fim do dia de hoje.
No que diz respeito à inflação, a ata da última reunião do Copom em janeiro destacou a desaceleração da economia e a intenção de novos cortes de juros. No entanto, o Banco Central ressaltou a importância de o governo continuar a implementar medidas para melhorar as contas públicas, a fim de evitar um aumento da inflação.
Considerando o cenário internacional, a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos e os conflitos geopolíticos, como a disputa entre Israel e o grupo palestino Hamas, complicam a tarefa do BC de reduzir os juros por um período prolongado. Mesmo com a estimativa de inflação para 2024 ligeiramente elevada, o Copom deve manter o foco na meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
A taxa Selic é um instrumento fundamental do BC para controlar a inflação e influenciar as taxas de juros na economia. Seus cortes impactam diretamente o custo do crédito, podendo estimular a produção e o consumo, além de aquecer a atividade econômica. O Copom se reúne a cada 45 dias para analisar a situação econômica e definir a Selic, em um esforço para cumprir as metas estipuladas para a inflação.
Para 2024, a meta de inflação estabelecida é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O Banco Central mantém a previsão de que o IPCA encerre o ano em 3,5%, dentro dessa meta. O próximo relatório de inflação será divulgado no fim de março, trazendo novas perspectivas para a economia brasileira.