No ano passado, a Polícia Militar da Baixada Santista deflagrou uma série de operações que, segundo o Instituto Sou da Paz, não trouxeram avanços na redução da criminalidade violenta. Pelo contrário, essas ações colocaram em risco a vida dos policiais e violaram os direitos das populações periféricas da região. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o aumento da letalidade policial, o crescimento de infrações ligadas ao crime organizado, como roubo de cargas, e a incapacidade de policiamento nas ruas para prevenir crimes como furtos, roubos e agressões foram alguns dos resultados observados.
O levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz analisou os indicadores criminais na região da Baixada Santista nos meses de agosto e setembro de 2023. Durante esse período, as operações deflagradas mostraram baixa eficiência, juntamente com uma alta letalidade policial. Além disso, houve um aumento significativo nas tentativas de homicídios e nos roubos de cargas.
A Operação Escudo, lançada em resposta à morte do policial militar Patrick Bastos Reis, resultou na morte de 28 pessoas em um período de 40 dias. Uma segunda fase da operação, realizada em São Vicente, resultou em mais oito mortes. A região também viu um aumento de 71% nas tentativas de homicídios durante os meses das operações.
As ações da Polícia Militar na Baixada Santista foram criticadas pelo Instituto Sou da Paz por não terem alcançado resultados efetivos na desestruturação das organizações criminosas e na redução dos altos índices criminais. Apesar do grande efetivo policial envolvido, houve um aumento nos crimes violentos na região.
A pressão sobre o governo de São Paulo resultou em uma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, apontando a escalada da letalidade policial no estado. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi denunciado por investir na violência policial contra pessoas negras e pobres na região da Baixada Santista.
A SSP afirmou, em nota, que as operações realizadas na região resultaram na prisão de lideranças do tráfico de drogas e na apreensão de armas de fogo ilegais e drogas. A pasta destacou a importância da intensificação do trabalho de investigação e das ações de policiamento preventivo para reduzir a criminalidade a longo prazo.
Apesar dos esforços das autoridades, é necessário reavaliar as estratégias utilizadas nas operações policiais na Baixada Santista para garantir a eficiência e a segurança de todos os envolvidos. A sociedade e as organizações civis seguem vigilantes para garantir os direitos e a segurança das comunidades locais.
