Segundo o diretor Cleisson Vidal, o documentário explora um período turbulento da história do Brasil, marcado pela redemocratização do país e escândalos de corrupção que abalaram as estruturas do governo. Vidal ressalta a importância de revisitar o passado e compreender o papel desempenhado por figuras como PC Farias e Fernando Collor nesse contexto histórico.
Um dos pontos centrais do documentário é a construção do empresário como um vilão político. Sua imagem física e suas origens nordestinas foram exploradas para criar uma narrativa negativa ao seu redor. No entanto, o filme também apresenta um lado menos conhecido de Paulo César Farias, evidenciando sua personalidade simpática, culta e o valor que dava à sua família.
Além disso, o documentário aborda a religiosidade de PC Farias, destacando a influência de figuras espirituais como a ialorixá Mãe Mirian em sua vida. Para o diretor, a religião desempenhou um papel importante na vida do empresário e na política brasileira, como uma espécie de proteção para lidar com as incertezas do mundo político.
O desfecho trágico da história de Paulo César Farias, com sua fuga do país após o impeachment de Collor e seu subsequente assassinato em 1996, é abordado no documentário. A suspeita inicial de suicídio de sua namorada, Suzana Marcolino, e o julgamento dos policiais militares envolvidos no caso são explorados, revelando as complexidades e controvérsias que cercam a morte do empresário.
Em suma, “Morcego Negro” oferece uma visão aprofundada e provocativa sobre um dos personagens mais enigmáticos da política brasileira recente, lançando luz sobre os bastidores do poder e as reviravoltas da história nacional. O documentário promete instigar reflexões sobre o papel das sombras na ascensão e queda de figuras públicas.