33 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável, apesar de riqueza hídrica, alerta Instituto Trata Brasil em novo ranking.

No Brasil, um país repleto de recursos hídricos, cerca de 33 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso à água potável, de acordo com informações divulgadas pelo Instituto Trata Brasil. Este dado alarmante contrasta com a realidade do país, que abriga dois dos maiores aquíferos do mundo – o Guarani, localizado no Centro-Sul, e o Alter do Chão, na Região Norte.

A presidente do Trata Brasil, Luana Pretto, ressalta que a dificuldade de acesso à água potável é uma realidade que abrange diversas regiões do país, inclusive povos ribeirinhos do Rio Amazonas. Mesmo com a abundância de água doce no Brasil, a situação do saneamento básico ainda é desafiadora.

No Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, o Trata Brasil divulgou a 16ª edição do Ranking do Saneamento, que analisa os 100 municípios mais populosos do país. De acordo com o levantamento, apenas 22 destes municípios possuem abastecimento de água para 100% da população.

Os piores resultados foram observados em cidades como Porto Velho, Ananindeua, Santarém, Rio Branco e Macapá, onde o acesso à água potável ainda é muito baixo. A situação mais crítica se encontra na Região Norte, onde apenas 64,2% da população tem acesso a água tratada.

A falta de cobrança da população ao poder público e os baixos investimentos em saneamento são apontados como causas desse cenário preocupante. O investimento anual em saneamento na Região Norte é de apenas R$ 57 por habitante, muito abaixo dos R$ 231 necessários para alcançar a universalização do acesso.

Para lidar com essa situação, tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição que visa incluir a água na lista de direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. A PEC 6/2021, apresentada pelo senador Jorge Viana em 2018, é vista como um passo fundamental para garantir o acesso à água potável para milhões de brasileiros.

O deputado Pedro Campos, relator da PEC, destaca a importância de fortalecer políticas públicas na área de saneamento e abastecimento de água. Com a expectativa positiva em relação à tramitação da proposta, a garantia do acesso à água como um direito fundamental pode representar um avanço significativo na melhoria da qualidade de vida e saúde da população brasileira.

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