O fato de a DPF ter ultrapassado a marca de R$ 6 trilhões pela primeira vez em abril do ano passado demonstra a escalada do endividamento público, embora ainda esteja abaixo das projeções estabelecidas no Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2024, que indicam um valor entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
Um dos destaques do aumento da DPF em fevereiro foi a alta de 2,32% da Dívida Pública Mobiliária interna, que atingiu R$ 6,319 trilhões. A emissão de R$ 90,75 bilhões em títulos a mais do que resgates contribuiu significativamente para esse cenário, especialmente nos papéis corrigidos pela Taxa Selic, além da apropriação de R$ 52,37 bilhões em juros.
A reserva financeira para momentos de turbulência, conhecida como colchão da dívida pública, também teve um aumento em fevereiro, passando de R$ 813 bilhões para R$ 885 bilhões. Esse colchão, que agora cobre 6,52 meses de vencimentos da dívida pública, foi impulsionado pela emissão líquida de títulos no período.
A composição da DPF também sofreu alterações em fevereiro, com destaque para o aumento da proporção de títulos corrigidos pelos juros básicos, que subiu para 42,64%. O aumento na emissão de títulos prefixados também foi evidente, chegando a 23,14%, enquanto a fatia de títulos corrigidos pela inflação apresentou queda.
No que diz respeito aos detentores da Dívida Pública Federal interna, as instituições financeiras continuam sendo as principais investidoras, seguidas por fundos de investimento e fundos de pensão. A participação de não residentes teve uma leve redução em fevereiro, registrando 9,8% do estoque da dívida pública.
Esses dados revelam a complexa situação da DPF e a necessidade de acompanhamento constante por parte das autoridades econômicas, a fim de garantir a sustentabilidade das contas públicas e a confiança dos investidores no país.