IML e MP de Alagoas farão cruzamento de dados para liberar corpos necropsiados em situação emergencial. 284 cadáveres aguardam sepultamento.

Em uma reunião de caráter emergencial realizada recentemente, o Instituto Médico Legal (IML) e o Ministério Público de Alagoas (MP/AL) decidiram unir esforços para agilizar a liberação de corpos que estão acumulados na sede do instituto. Mesmo após passarem por necropsia, 284 cadáveres ainda aguardam liberação para que sejam sepultados.

Durante o encontro, o Ministério Público buscou obter informações mais detalhadas sobre a situação dos corpos e ossadas mantidos no IML, bem como a real necessidade de inumações na capital alagoana. A inspeção realizada pela 62ª Promotoria de Justiça da Capital levou à reunião entre os órgãos, que contou com a participação da coordenação do Programa de Localização e Identificação dos Desaparecidos de Alagoas (PLID/AL) com o objetivo de adotar estratégias para a liberação, ao menos de forma emergencial, dos corpos já identificados.

A promotora de Justiça Karla Padilha destacou a urgência da situação, ressaltando que o armazenamento de cadáveres não é responsabilidade do IML e que a questão se tornou um problema de saúde pública. “Não é função do IML acumular cadáveres, e sim, realizar laudos necroscópicos e laudos em vivos para atestar a materialidade de crimes violentos contra a pessoa”, afirmou a promotora.

Após receber um Ofício da 62ª Promotoria de Justiça da Capital, o diretor do IML, Felipe Porciúncula, informou sobre a existência de 284 corpos e ossadas que aguardam liberação. Ele destacou a dificuldade de registros informatizados como um dos motivos para o acúmulo de corpos na instituição.

Além disso, foi constatado durante uma visita ao IML que não havia um cruzamento de dados entre os cadáveres identificados e não reclamados com os registros do sistema Sinalid. A coordenadora do PLID, Marluce Falcão, ressaltou a importância desse trabalho conjunto para localizar possíveis familiares das vítimas.

Diante da necessidade de inumação de 120 corpos em média, o diretor do IML destacou a carência de 260 gavetas nos cemitérios para resolver definitivamente a situação a longo prazo. No momento, o IML dispõe de 29 gavetas em um cemitério e 70 em outro, o que não é suficiente para atender à demanda.

Com a colaboração entre o IML, o MP/AL e demais órgãos envolvidos, espera-se que medidas efetivas sejam tomadas para resolver a questão dos corpos acumulados e garantir um desfecho digno a essas situações trágicas.

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