O relatório indicou que dez servidores estão sendo alvo de três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) para aprofundar as investigações a respeito das falhas encontradas. Além disso, outros 17 servidores deverão assinar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a seguir uma série de medidas, como realizar cursos de reciclagem e evitar reincidir nas mesmas infrações.
A corregedora determinou ainda a abertura de uma nova investigação preliminar sumária para continuar as apurações sobre as causas da fuga, especialmente focando nos problemas estruturais da unidade federal. O relatório completo não será divulgado para não prejudicar as investigações em andamento e os procedimentos correcionais em curso.
A fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, que ocorreu em 14 de fevereiro deste ano, foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde a criação do mesmo em 2006. Os presos teriam utilizado ferramentas encontradas dentro da penitenciária, durante uma reforma interna, para abrir o buraco por onde conseguiram escapar de suas celas individuais.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva chegou a sugerir que os detentos possam ter recebido auxílio de alguém dentro da unidade de segurança máxima, porém a hipótese de corrupção foi rechaçada por policiais penais federais. A Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (Fenappf) garantiu que, caso seja constatado o envolvimento de algum policial penal federal, medidas serão tomadas sem qualquer tipo de corporativismo. A entidade enfatizou que os foragidos não contavam com apoio externo, o que sugere que não houve um planejamento prévio, apenas uma oportunidade que foi aproveitada com sucesso.