Xica Manicongo, nascida no Congo no século 16, foi escravizada e levada para Salvador, onde trabalhou como sapateira. Sua história é marcada pela perseguição e pelo preconceito, levando-a a abdicar de sua identidade de gênero para escapar de punições severas da Inquisição. A escolha desse enredo representa um resgate histórico e uma forma de dar visibilidade a uma figura importante, mas muitas vezes esquecida.
A apresentação oficial do enredo está marcada para esta noite, em uma festa na Cidade do Samba, e a sinopse será divulgada em breve. Nas redes sociais, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) comemorou a escolha da escola de samba, destacando a importância de trazer à tona a história de Xica Manicongo. Segundo Keila Simpson, presidente da Antra, o enredo da Paraíso do Tuiti contribui para um debate atual sobre questões de identidade de gênero e ressalta a violência e a discriminação ainda presentes na sociedade.
Além do Paraíso do Tuiti, outras escolas cariocas já definiram seus enredos para o Carnaval de 2025. A Portela homenageará o cantor Milton Nascimento, a Unidos da Tijuca abordará o orixá Logunedé, a Imperatriz Leopoldinense contará a história da visita de Oxalá a Xangô, a Acadêmicos do Grande Rio falará sobre o estado do Pará e a Beija-Flor prestará uma homenagem ao carnavalesco Laíla.
A escolha do enredo de Xica Manicongo pelo Paraíso do Tuiuti promete trazer um desfile marcante e relevante para o Carnaval carioca, fazendo ecoar a história e a luta por visibilidade e respeito às diversidades de gênero na sociedade contemporânea. A expectativa é de um desfile emocionante e que promova reflexões sobre a importância de reconhecer e valorizar a pluralidade de identidades e histórias.