Ministra da Saúde afirma que não vai interferir na decisão do CFM sobre assistolia fetal em casos de estupro

Ministra da Saúde fala sobre decisão polêmica do Conselho Federal de Medicina

Na última sexta-feira (5), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, se pronunciou sobre a decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe a realização da assistolia fetal para interrupção de gravidez em casos de estupro. A ministra afirmou que o Ministério da Saúde não vai interferir na decisão do CFM, respeitando a autonomia da entidade médica.

A assistolia fetal é um procedimento que consiste em provocar a morte do feto, geralmente por meio da administração de drogas, como cloreto de potássio e lidocaína, injetadas no coração do feto. Essa prática é comumente utilizada em casos de interrupção da gravidez em situações de estupro, quando há possibilidade de sobrevida do feto. No entanto, a decisão do CFM proíbe expressamente os médicos de realizarem esse procedimento antes da interrupção da gravidez, caso o feto tenha mais de 22 semanas de gestação.

A resolução do CFM gerou críticas por parte de entidades que defendem o direito de escolha das mulheres, argumentando que a proibição da assistolia fetal pode dificultar o acesso seguro ao aborto em casos previstos por lei, como estupro. Atualmente, a legislação brasileira permite a interrupção da gravidez em situações de violência sexual, risco de vida para a gestante e fetos com malformações graves, como anencefalia.

A decisão do CFM reforça a importância de respeitar os direitos da gestante vítima de estupro, garantindo o acesso ao procedimento de interrupção da gravidez após 22 semanas de gestação. No entanto, as entidades que lutam pela realização do aborto previsto em lei temem que a resolução do CFM possa dificultar o acesso das mulheres vítimas de violência sexual a um procedimento seguro e legal.

Diante desse cenário, a posição da ministra da Saúde reforça o compromisso do governo em respeitar as decisões legais e garantir o cuidado e acolhimento adequados às mulheres em situações vulneráveis. A polêmica decisão do CFM continua gerando debates e levantando questões sobre a garantia dos direitos reprodutivos das mulheres no Brasil.

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