Segundo informações do jornal The New York Times, Bolsonaro permaneceu na embaixada da Hungria entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano. O ex-presidente buscou refúgio na embaixada após ter seu passaporte apreendido por determinação de Moraes durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga possíveis tentativas de golpe de Estado no país após as eleições de 2022.
A área de uma embaixada é considerada inviolável pelas autoridades brasileiras de acordo com as regras internacionais. Isso significa que Bolsonaro estaria protegido de um eventual cumprimento de um mandado de prisão enquanto estivesse na embaixada.
A defesa de Bolsonaro argumentou que não faria sentido o ex-presidente solicitar asilo político na embaixada, ressaltando que ele não tinha preocupações em relação a uma possível prisão. Bolsonaro é conhecido por sua relação próxima com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, tendo sido recebido por ele em diversas ocasiões e trocando elogios públicos.
Imagens de câmeras de segurança e de satélite analisadas pelo The New York Times mostram que a embaixada da Hungria estava praticamente vazia durante a estadia de Bolsonaro, com apenas alguns diplomatas húngaros presentes no local. Os funcionários brasileiros foram orientados a permanecerem em casa após o ex-presidente deixar a embaixada.
Diante desses desdobramentos, o caso continua sendo acompanhado de perto pela Procuradoria-Geral da República e pelo Supremo Tribunal Federal, que buscam esclarecer os fatos e apurar possíveis irregularidades relacionadas à estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungria.