A Companhia das Letras, editora responsável pela publicação, comemorou a decisão nas redes sociais, destacando a ilegalidade e injustiça do recolhimento anterior. A editora ressaltou que a iniciativa de recolher os exemplares se baseou em uma interpretação distorcida e descontextualizada de trechos isolados da obra.
O próprio autor, Jeferson Tenório, não ficou indiferente à situação e agradeceu a mobilização contra a censura, destacando a importância de ficarmos alertas a tentativas autoritárias que possam surgir em relação à literatura e à arte em geral.
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná confirmou que a obra será devolvida às escolas até o final do mês, com recomendação de indicação para o público adulto e estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Já a Secretaria de Estado da Educação de Goiás afirmou que o livro passou por avaliação da equipe pedagógica e foi destinado para as escolas do ensino médio e centros de educação de jovens e adultos.
“O Avesso da Pele”, que já foi traduzido para 16 idiomas e conquistou o prêmio Jabuti em 2021, aborda questões sensíveis como relações raciais, violência e identidade, através da história fictícia de Pedro, que busca desvendar o passado de sua família após a morte trágica de seu pai.
A obra também foi inscrita e avaliada pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) de 2022 e estava prevista para ser trabalhada no ensino médio em todo o país. O Ministério da Educação esclareceu que o livro foi aprovado por uma banca de especialistas e que a escolha das obras literárias para adoção em sala de aula é feita pelos educadores, com base em um guia digital disponibilizado pelo PNLD.